Armas de fogo

Fonte: WikiLAI
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Dados estatísticos sobre registro e apreensão de armas de fogo podem ser obtidos junto aos órgãos de segurança pública com base na Lei de Acesso à Informação (LAI).

A posse e o porte de armas de fogo no Brasil estiveram no centro do debate político nas eleições de 2018, por ser uma das principais pautas do presidente Jair Bolsonaro. Durante seu governo, Bolsonaro flexibilizou regras para registro de armas[1], alterando o Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826/2003[2]) por meio de decretos[3].

Casos concretos

Com dados obtidos via LAI, a Folha de S. Paulo noticiou que nos primeiros 11 meses de governo Bolsonaro, em 2019, houve um aumento de 48% no número de registros de novas armas no Brasil[4]. Também com base na LAI, o Nexo[5] comparou a quantidade de registros de 2019 e 2020 com a série histórica desde 2009 e mostrou que o número de armas registradas nesses dois anos foi o dobro do total registrado nos anos anteriores. Na edição 61, a Don’t LAI to me divulgou que 97.243 novas armas foram registradas pela Polícia Federal no primeiro semestre de 2021[6], sendo 79% da sociedade civil[7].

Dados da Polícia Federal obtidos pela Fiquem Sabendo e divulgados na edição 71 da newsletter Don’t LAI to me, em dezembro de 2021[8], mostram que 406.956 registros de armas (96%) estão nas mãos de homens e 15.901 armas foram registradas por mulheres[9]. Os dados repercutiram na coluna de Guilherme Amado no jornal digital Metrópoles[10].

Reportagem do El País Brasil[11] publicada em setembro de 2021 mostrou que empresas de segurança “perderam”, em média, sete armas por dia nos últimos cinco anos, conforme série histórica[12] obtida pela Fiquem Sabendo. Os dados também foram disponibilizados na edição 65 da newsletter Don’t LAI to me: desde 2017, empresas de segurança privada tiveram 12.555 armas de fogo roubadas, furtadas e perdidas[13].

Como obter dados

Para obter informações sobre este tema é preciso registrar um pedido de informação à Polícia Federal ou ao Exército. Por ser um assunto monitorado de perto por diversas organizações da sociedade civil, pode ser útil pesquisar por pedidos já feitos antes de cadastrar um novo pedido (saiba como em: precedente).

Uma das organizações que monitora, compila e analisa dados sobre armas de fogo é o Fórum Brasileiro de Segurança Pública[1], que realiza o Anuário Brasileiro de Segurança Pública[2] e o Atlas da Violência[3]. O Fórum se baseia em informações fornecidas pelas secretarias de segurança pública estaduais, pelas polícias civis, militares e federal, entre outras fontes oficiais da Segurança Pública, portanto trabalha com dados de fontes oficiais. Uma das vantagens é que os pesquisadores da organização padronizam as estatísticas, que variam de uma unidade para outra, compondo uma referência confiável para consultas e comparações.

Modelo de pedido

Solicito informar o número de armas de fogo registradas por UF e tipo de registro no período de [data de início e data final do período de interesse com dia, mês e ano] ou na maior série histórica possível. Requisito que os dados sejam fornecidos em formato aberto (planilha em *.xls, *.csv,*.ods, etc), nos termos do art. 8o, §3o, III da Lei Federal 12.527/11 e art. 24, V da Lei Federal 12.965/14. Arquivos em formato *.pdf não são abertos (vide o item 6.2 em: https://dados.gov.br/pagina/cartilha-publicacao-dados-abertos).

Veja também

Referências externas