Monitoramento de redes sociais

Fonte: WikiLAI
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Relatórios internos de monitoramento de redes sociais são produzidos por órgãos públicos como forma de acompanhar informações relevantes para as ações do governo a partir das conversas públicas, assim como assessores de imprensa acompanham a repercussão de ações do governo na mídia através do clipping[1].

Casos concretos

Com Jair Bolsonaro na Presidência, esses relatórios ganharam ainda mais importância, pois pesquisas de opinião pública contratadas anteriormente por Michel Temer foram canceladas e substituídas por dados de interações de usuários das redes sociais, conforme apurou o portal Metrópoles[2] em 2019.

Assuntos monitorados por cada órgão e como eles repercutem nas decisões internas ficam registrados em relatórios de monitoramento de redes sociais, que podem ser obtidos com base na Lei de Acesso à Informação (LAI). A dica é da Fiquem Sabendo, que obteve uma série de relatórios em 2019[3]: “Pela nossa experiência até o momento com pedidos deste tipo, os órgãos costumam dispor de uma lista de palavras-chave que são monitoradas e de relatórios, geralmente semanais ou mensais, que resumem quais assuntos foram positivos, quais foram negativos, quem são os influenciadores que estão colocando o órgão público em evidência e qual é o diagnóstico de tudo que se está falando daquele assunto”, trouxe a newsletter Don’t LAI to me ao publicar os dados.

A partir das respostas, a agência descobriu que o Ministério da Defesa monitorava fluxos de possíveis caminhoneiros grevistas na internet, também se preocupava com as histórias da Vaza-Jato[4] - série de reportagens do site The Intercept Brasil e outros veículos jornalísticos a partir do vazamento de mensagens atribuídas ao então ministro da Justiça Sérgio Moro e procuradores da Força-Tarefa da Operação Lava-Jato. Já o Ministério da Saúde acompanhava termos associados à palavra “vacina” nas redes e registrava, com frequência, textos que desinformam sobre o tema - ainda em 2019, antes da pandemia de Covid-19.

Alguns relatórios podem ser colocados sob sigilo por questões de segurança nacional. Temas monitorados pela Polícia Federal em 2013, por exemplo, ano da onda de protestos que ficou conhecida como Jornadas de Junho[5], além de grandes eventos como a Copa das Confederações[6] e a Jornada Mundial da Juventude[7], só foram abertos em 2019 pelo projeto Sem Sigilo[8]. “O setor de inteligência da Polícia Federal monitorou manifestantes em redes sociais, identificou infiltração de traficantes nos protestos e mapeou a influência das facções criminosas em cada região do Rio de Janeiro para evitar problemas durante grandes eventos”, revelou a newsletter Don’t LAI to me[9] a partir do relatório[10].

Modelos de pedidos

Se você sabe a empresa ou setor responsável

Solicito acesso ao inteiro teor dos relatório de monitoramento de redes sociais e/ou clipping produzidos pela empresa [nome da empresa] para o órgão no período de [data inicial e final, com dia, mês, ano].

Se você não sabe se o órgão mantém monitoramento

Solicito informar se o órgão dispõe de serviços de monitoramento de redes sociais e/ou clipping. Em caso positivo:

1- Qual o setor responsável ou empresa contratada para realizar o serviço?

2- Qual a periodicidade dos relatórios produzidos?

3- Quais os temas ou termos (palavras-chave) monitorados?

4- Acesso ao inteiro teor dos relatórios de monitoramento de redes sociais e/ou clipping produzidos no período de [data inicial e final, com dia, mês, ano].

Dica: Para evitar negativas por pedido desproporcional, devido ao grande volume de documentos a serem enviados, restrinja o período da solicitação a poucos meses.

Veja também

Referências externas

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