CMRI - Comissão Mista de Reavaliação de Informações

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A Comissão Mista de Reavaliação de Informações (CMRI) é um órgão colegiado que atua como última instância para julgamento de recurso quando é negado acesso à informação no governo federal. A CMRI é formada por representantes de 10 ministérios[1].

Atribuições da CMRI

Conforme o art. 35 § 1º da Lei de Acesso à Informação (LAI), a CMRI “decidirá, no âmbito da administração pública federal, sobre o tratamento e a classificação de informações sigilosas e terá competência para: I - requisitar da autoridade que classificar informação como ultrassecreta e secreta esclarecimento ou conteúdo, parcial ou integral da informação; II - rever a classificação de informações ultrassecretas ou secretas, de ofício ou mediante provocação de pessoa interessada, observado o disposto no art. 7º e demais dispositivos desta Lei; e III - prorrogar o prazo de sigilo de informação classificada como ultrassecreta, sempre por prazo determinado, enquanto o seu acesso ou divulgação puder ocasionar ameaça externa à soberania nacional ou à integridade do território nacional ou grave risco às relações internacionais do País, observado o prazo previsto no § 1º do art. 24”.

Em 2019, a CMRI revisou 221 respostas e alterou a decisão de 1% dos recursos, conforme dados disponíveis no Portal Brasileiro de Dados Abertos, que disponibiliza decisões da CMRI[2] desde 2014. Em entrevista à agência Fiquem Sabendo, em 2019, Francis Scherer Bicca, à época membro da CMRI como ouvidor da Advocacia-Geral da União (AGU), destacou a importância das decisões da comissão para criar precedentes no entendimento da LAI: “Ao julgar, em última instância, [a CMRI] declara a forma como se interpreta a demanda perante à Lei de Acesso a Informação, moldando-se às demandas iguais perante os órgãos, ajudando a determinar como deve ser entregue ou não uma solicitação”[3].

Na mesma entrevista, Fabio Valgas, então ouvidor-geral da União adjunto da CGU e membro da CMRI, frisou que “as respostas a pedidos de acesso à informação devem sempre observar a diretriz de que a publicidade é um preceito geral e que o sigilo é uma exceção”, mas há casos complexos: “Aqueles que tratam de trabalhos adicionais e pedidos desarrazoados são sempre muito desafiadores no que se refere aos limites de aplicação da negativa de acesso à informação”, analisou[3].

Como recorrer

Para recorrer na última instância, basta seguir a tramitação do pedido no Serviço de Informação ao Cidadão (SIC). No caso do governo federal, o FalaBR[4] apresenta um botão para recorrer à instância seguinte a cada resposta de um novo recurso. Quando a Controladoria-Geral da União (CGU) responde um recurso e você não concorda com a decisão, porque a informação continua sendo negada, basta clicar em “recorrer à CMRI” e registrar sua reclamação. Observar como a CMRI ou mesmo a CGU decidiu em casos semelhantes, através da busca de precedentes, é sempre uma boa opção para redigir um recurso convincente.

Nos demais níveis do poder, também existem comissões para última análise de recurso. No Estado de São Paulo, por exemplo, a Comissão Estadual de Acesso à Informação é a instância equivalente à CMRI do governo federal.

Veja também

Referências externas

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